Dez mil rostos à la carte
desfilando pela rua. Dez mil horas de espera para nunca vê-la nua. Dez mil
corpos desmembrados pelos deuses do passado. Dez mil dias miserável, vagaroso e
retardado. Dez mil copos de cerveja pelo
bem da sanidade. Dez mil anos de sossego, por capricho ou vaidade. Dez acordos
diplomáticos, pelo bem da humanidade. Dez as graças que me trazem a justiça e a
humildade. Dez avisos luminosos destacando sua sacada. Dez motivos deprimentes
que mataram minha amada. Desisti de ser um gênio aos dez anos de idade. Dei de
ombros quando vi que nada disso era verdade. Das mil dores que ouvi, cruelmente
arrancadas; Sempre soube que as suas foram as mais perturbadas. Dez bilhões de
habitantes. E nenhum que me encante.
Caralho véi, muito show!
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