Dez mil rostos à la carte
desfilando pela rua. Dez mil horas de espera para nunca vê-la nua. Dez mil
corpos desmembrados pelos deuses do passado. Dez mil dias miserável, vagaroso e
retardado. Dez mil copos de cerveja pelo
bem da sanidade. Dez mil anos de sossego, por capricho ou vaidade. Dez acordos
diplomáticos, pelo bem da humanidade. Dez as graças que me trazem a justiça e a
humildade. Dez avisos luminosos destacando sua sacada. Dez motivos deprimentes
que mataram minha amada. Desisti de ser um gênio aos dez anos de idade. Dei de
ombros quando vi que nada disso era verdade. Das mil dores que ouvi, cruelmente
arrancadas; Sempre soube que as suas foram as mais perturbadas. Dez bilhões de
habitantes. E nenhum que me encante.
terça-feira, agosto 26, 2014
domingo, agosto 17, 2014
Porque desisti de cursar letras
Uma aula
numa sala
eterna fala
Professora
que ecoa
sons à toa
Da escrita
que habita
nossa vida
Enredando
No comando
revelando
Horas ralas
vossas falas
mil palavras
nunca calas
numa sala
eterna fala
Professora
que ecoa
sons à toa
Da escrita
que habita
nossa vida
Enredando
No comando
revelando
Horas ralas
vossas falas
mil palavras
nunca calas
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