segunda-feira, novembro 26, 2012

Alergia Alergia


Ah, tormento sem fim;
Quando chego a Ipatinga
Mais uma noite em claro!
vai batendo uma mandinga.
Que é que se apodera de mim,
No nariz uma coceira
E me entope o peito em catarro?
logo passo da fronteira.

Deitar-me não posso
Um actchim atchim atchim
ou mata-me a tosse.
se apodera bem de mim
Em tudo o que faço
na cabeça uma leveza
o espirro toma posse.
que não beira à da cerveja

Tal qual um moribundo
E meus músculos contraem
me arrasto pela casa;
pensamentos se distraem
alérgico ao mundo
lá pra tarde dá melhora
e tudo o que me passa.
mas de noite só piora

minha dor, minha tortura
Faz-me febril e imprestável.
Ah, tormento abominável.
espirro espirro e ai tontura.

quarta-feira, novembro 14, 2012

Estrelas


Estive a noite a olhar estrelas.
Mas de forma um tanto peculiar,
uma atrai-me mais que as outras.

Não possui um brilho vulgar.
Pulsa tão calma e lentamente,
que me parece querer se apagar.

No seu momento ascendente,
destaca-se de forma magistral
afirmando toda sua força imponente.

E em seguida, de forma tão natural,
tendo demonstrado todo resplendor,
volta humilde pelo umbral.

Declina ao torpor
com igual maestria e beleza.
Impõe e segue o seu próprio rigor.

Invejosas de sua proeza,
tentam ofuscar-lhe, as outras.
Estrelas sem a mesma nobreza.

Caem sobre essa como feras.
Mas todo esforço enfim, é vão.
Minha estrela brilha por eras.

sábado, novembro 10, 2012

Poema do fim do amor


Pela segunda
e eu espero ser a última
desisto do amor 
resigno em minha dor
cansado de tentar 
O Fim representar
(não quero confrontar)
 Desejo: desligar.

Porém, o que fazer 

não sei mais o que ser.
Já tudo tentei pouco
e pra sempre serei louco.
Não quero me encaixar,
estou sempre a vagar.
Descontente 
de repente
Infeliz, inquieto, Ingrato, 
andarilho, insensato 
a andar insatisfato 
a cuspir no próprio prato. 

 Felizes são os que Vivem sem porque


  E eu ando e desando

 a ouvir tanto desmando
 no meu corpo tanta raiva
 tanto ódio que se esvaia
 No capricho, no esgueiro
 Anda a sombra o dia inteiro
 Esperando um deslize.  
 Sentimentos que um dia
 foram toda alegria
 Nestes tempos vem em mente
 a deixar meu ser doente.
 Livre passe encontraram
 no meu cérebro fanfarram
a causar tanto barulho 
que eu hoje nem mais durmo
e assim sigo em frente 
Vivo, vivo e doente.