quarta-feira, março 05, 2014

Turbilhão

Rodopia, inquieto pensamento?
Não cansa de ser um tormento?
Então deseja-me atento?
Pois suma com o vento!
Comece e eu te invento:

Não brinque com a sorte,
Não espreite a morte,
Não tente ser forte
Não veja o corte.
Não que eu me importe...

E observe na rua:
Essa ferida nua,
Cratera da lua.
A noite recua
Expondo a sua.

A clara vitória
De sorte, trás glória.
Talvez é notória.
Me parece irrisória.
Ou mesmo aleatória.

Mergulhe em loucura
Se afaste da cura
da luz que perfura
Do beijo, doçura.
E a vida? Argh! Dura...

Tão bela e formosa;
Cruel... vaporosa;
Demente, assombrosa;
Tristeza voluptuosa.
Derrota suntuosa.

Não dura um segundo
Tão limpo e imundo
O desejo do mundo
Que toque, profundo,
Um deus vagabundo.

E vaga, distante
Num vago instante
Loucura inconstante
Num voo rasante.
Coragem! Avante!

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